quarta-feira, 25 de maio de 2011

Lembrei de Açu, Macaíba e João Câmara.

A MÃO QUE APEDREJA NÃO É A MESMA QUE AFAGA

                                                                    *Félix Silva

 A sensação que temos ao olhar a juventude brasileira é que esta jaz no abismo. A mocidade cheia de inquietações e energias está sendo canalizada e conduzida a uma viagem visionária que para muitos é prazerosa, instigante, mas infelizmente, também é eterna.
         Muitas perguntas poderão surgir. Mas, uma em especial não se cala. O QUE FAZER? A resposta a esta pergunta não é fácil de ser respondida, se faz necessário um longo e profundo exercício de imaginação, no intuito de não apontar apenas culpados ou omissos.    
         Se pensarmos pelo lado educacional, que sem dúvidas têm sido falho e inoperante, sobretudo, pela falta de estrutura das escolas e baixos salários dos professores e, toda uma cadeia que vem após isso. Mas, o que pensar de um jovem que sempre teve do “bom e do melhor” e encaminhou pelo mundo das drogas?
         O Estado brasileiro não está preparado para enfrentar a “onda crescente” de usuários de drogas, principalmente, entre a juventude. Esta mão do Estado que apedreja por não oferecer escolas que ministrem um ensino de qualidade e competitivo, visando a inserção dos jovens no mercado de trabalho, no apoio ao esporte, na Reforma Agrária – muitos jovens estão abandonando suas famílias no campo, por falta de oportunidades e ao chegar a cidade se deparam com a falta de qualificação e terminam desempregados a mercê dos traficantes – a mão do Estado apedreja ainda com a falta de habitação digna e a falta de serviços de saúde eficientes. É ledo engano pensar que a juventude pode andar com suas próprias pernas, ela precisa de alguém – que nos primeiros momentos -  lhes guie, forneça-lhes proteção e norteiem caminhos a serem seguidos. A juventude precisa de alguém que lhes  mostrem outras formas de viver que não seja a da “zuação”.
         Eu cresci ouvindo dizer que “os jovens eram o futuro do Brasil”. Hoje o que escuto com freqüência é que a “juventude está perdida”. O que vamos fazer? NADA! Esperar que toda essa geração seja maculada pelas drogas e em seguida morta pelos traficantes?
         À medida que as drogas e os meios de acesso evoluem com a velocidade de um Ano-luz as escolas e os meios de formação, no geral, continuam com um quadro e um giz e um professor massacrado pelos governos e a sociedade.
          Não é fácil entender a Juventude, mas, é necessário. Embora, não se tenha uma explicação única do que venha a ser o homem. Fiquemos com essa divagação:
A segunda lei da termodinâmica ou o princípio da seleção natural, a noção da motivação inconsciente ou a organização dos meios de produção não explica o que é o homem. Mas, Max Weber declara que o "homem é um animal amarrado a teias de significado que ele mesmo teceu."
*Licenciado e Bacharel em HISTÓRIA – UFRN.
O autor deste texto é um grande amigo. Suas inquietações ajudam a valorizar ainda mais os trabalhos realizados em Açu, Macaíba e João Câmara, tendo o xadrez como razão principal de envolvimento de jovens e crianças. Não se tenta formar "campeões mundiais" e sim cidadãos e cidadãs dignos de viver em sociedade.

Fky

3 comentários:

  1. Excelente texto, parabéns ao autor e ao blog pela inicitaiva de publicá-lo. Aqui em Macaíba o projeto Xadrez na Escola já caminha há vários anos com apoio da Prefeitura da cidade, e temos conseguido demostrar os resultados.
    http://www.prefeiturademacaiba.com.br/portal/escola_xadrez.php
    Dá gosto, ao final da tarde, ver os nossos alunos em praça pública com seus tabuleiros disputar partidas em meio aos transeuntes, ambulantes, lojistas, carroceiros e toda gama de persongens que habitam uma cidade interiorana.
    Temos nosso blog também, que apesar de alguns hiatos, procuramos sempre que possível manter atualizado com assuntos sobre o tema.
    Ficarei sempre de olho no Xadrez Seridoense para ajudar no que for possível a disseminar, mais ainda, a prática de fabuloso esporte.
    Grande abraço,
    Lukremarte Pacheco (Coordenador do Projeto Xadrez na Escola, em Macaíba)

    ResponderExcluir